quarta-feira, 28 de abril de 2021

Acordes

Deixa eu te revelar um segredo: tenho uma queda por acordes. Sim! Eu gosto do dedilhado e das vibrações; gosto do som somado e criado fazendo música; me enleva!

Eu gosto de quando quem toca aperta os lábios pra segurar a concentração; gosto quando fecha os olhos porque a confiança chegou, fluiu... É de leve gozo, sorri e volta continuando ali criando arte falante, audível. A música é uma linguagem além não, é mesmo? Ela te proporciona uma passagem para além do agora. Você ouve e lembra, ou cria cenas; pensa em estórias e histórias; seu corpo responde aquilo que nem você está pensando. Primeiro é sensorial, depois cognitiva, depois psicológica, emocional e por que não transcendental?

Transcende. Sim. Além... Além. Enquanto escrevo já entro no balanço só porque estou pensando em música, quiçá ouvindo. Elas trazem uma influência consigo na melodia. Percebe? Se nenhuma letra tiver ainda sim, transmitem mensagens. Eu sinto. Você também?

Acredito que as músicas sugerem desejos e comportamentos mesmo que não tenha uma ligação precisa com alguma vivência. A melodia fala. Observe. Tem músicas que me fazem bater os pés ou os dedos de forma ritmada; tem as que me despertam querer abrir uma garrafa de vinho; tem as que me sugerem pegar uma estrada; dormir, confraternizar, louvar, dançar de várias maneiras; tem as que me sugerem um momento a dois; tem umas que me fazem querer me exercitar; beber, meditar, sorrir, tocar, ler, criar, relaxar... Tudo isso sem uma única palavra cantada. E com a letra, o óbvio: me sugerem aprender a cantar ou, questionar de onde surgiu aquilo e então assim, se quero passar ou repetir.

Você já ouviu música ao desperta do sono? Na cabeça! Sim! Como um bom despertador. Eu me pego pensando as vezes porque algumas músicas chegam e ficam insistindo; parecem mensagens. Talvez. Há também as chatas que implicam em brincar com seu gosto atormentando a sua mente porque algum "desavisado" cantou ou, deixou ela passar por perto. Ah... E as "atos falhos"? Pois é! "Do nada" alguém canta algo revelador de si, sem perceber.  Além de tudo isso as músicas também dão vozes emprestadas a quem não sabe como se expressar, ou quer fazer de uma forma criativa. Nos aproximam, nos distraem. 

Agrada-me muito não somente saber sobre ela, mas realmente existir a capacidade de senti-la. Na verdade a música é em suma pra mim, sinestésica.

Dormir não é indulgência

Será que quando começam a te tratar feito uma coisa você vai se tornando uma?

"Como um computador tem seus processos de etapas para execução de algo, talvez tenha que rever, ajustar essas coisas suas".

Nossa! Eu fui comparada ou, tratada como um computador? [Uma máquina]

E como uma máquina mesmo eu vim me comportando, como se descansar fosse uma ousadia, uma rebeldia em parar. Irresponsabilidade. Aff... Em que absurdo me peguei! 

Sabe acolher?

Eu poderia ter escrito aquela frase hoje como resumo: "Só contamos nossas fraquezas pra quem nos fortalece."

Não é questão da outra pessoa saber resolver, nem também apenas ouvir e confirmar ou, enfatizar que sim, as coisas andam mal. Tem gente que muda nossa energia pra melhor! Chegamos com vontade de chorar e saímos rindo de nós mesmos; chegamos com um ponto de vista "ladeira a baixo" e a outra pessoa te mostra vários caminhos no mínimo melhores pra apreciar; tem gente que pega o teu óculos e vai lavar pra você; deixar limpinho. É teu. São tuas lentes, mas agora melhores; tem gente que fala sobre coisas tão aleatórias que você percebe que não tem pra quê o foco em coisas ruins, ou desandadas; tem gente que compra doce, ou lhe oferece uma volta pra "respirar" e a gente volta a si.

Tem tantas formas de ajudar; só requer disposição. É um fator em comum. Por vezes, até você se ajudar também ajuda alguém. A solução nem sempre é aniquilar a causa no exato momento, sabe? Tem coisas que não se resolve rapidamente, nem de forma objetiva e prática; tem coisas que leva tempo e faz parte do tal processo e é isso. Então ajude no processo! (Se você está bem pra isso, se não tiver, pede ajuda no seu [processo]. Mas não atrapalha.)

A gente precisa de alguém pra "processar" melhor de vez em quando; alguém que não coloque mais "pilhas". Precisamos saber qual o nosso limite em dar e receber. Não adianta estarmos um tanto vazio e ficar procurando se energizar muito em uma fonte só. Como é que fica o outro? O que você deixa com e nele? 

Leveza. Leveza. Pratica-se também. A gente transmite também, leva ao outro. Tem gente que reequilibra só em a gente está perto.  

Você, entende? Acolhimento o nome disso. 

Nem coça

Até apreço passa. Parece que nem existiu. Tem gente que fala pra te lembrar e aí você se esforça, lembra, mas não sente nada. É como se falasse de uma outra pessoa que você muito conhecia. Talvez seja isso mesmo: Não é mais a mesma pessoa. É nessa hora que a gente percebe mesmo o quanto mudou.

"Nem coça".


sexta-feira, 9 de abril de 2021