sábado, 27 de agosto de 2022

Uma crônica astrológica - Meu primeiro voo!

[Pensamentos aleatórios: "Quando foi que fez algo pela primeira vez?" "Eu queria que alguma coisa movimentasse diferente a minha vida... Faz tempo que não existe algo que me deixa muito feliz e animada." "Universo me surpreenda positivamente!" "Vai ser incrível".]

[Texto escrito no avião.]

Um meio do céu em sagitário do ladinho de escorpião... E eis que meu primeiro voou é uma missão  onde um sagitariano e uma escorpiana me convocou para essa responsabilidade e aventura. A missão? Levar uma filha dog virginiana para minha linha vênus que é em virgem! Quando pertinho da viagem surgiu alguns desafios... Tive que colocar a emoção no bolso. Sol entrou em virgem! Vamos ser práticas! Fui comemorando cada pequena vitória com o coração na mão. Deu tudo certo. Deus bom. Tanta gente pra falar e coisas pra resolver que não parei pra me ouvir. Ansiosa? Sim! Com medo? Não. Mas tensa. Só querendo me aquietar...  

Finalmente já no avião. Andando... Voando! E o avião levantou voo numa narrativa emocionante de uma criança! "Direita, esquerda, voandoo, uauuuuu!" Haha foi legal pirralho, me senti criança num parque diversão! Subindoooo e planando. Que delícia! A névoa embaçando e o escuro da noite não tirou a beleza de poder se emocionar e ver as luzes da cidade pela janela. Nos ouvidos, logo depois, a playlist "journey" que a astróloga maravilhosa (Isa) fez.

A aeromoça falou que a cachorra que eu estava levando tinha que ir na malinha, mas a garota, não quis. Fiz a vontade da cachorra assim que a aeromoça se afastou. No escuro do avião ela pareceu entender o combinado, ficou quietíssima como uma bolsa no meu colo.  Fui legal, afinal, era a primeira vez dela e a minha também. 

Cheiro de comida! A minha companheirinha de voo pirou; eu não quis porque já estava com fome muito antes e jantei no aeroporto; mas o vinho... Ah! Eu quis entre malabarismo com uma cachorra faminta no colo e um desafio também que era não sujar minha blusa branca! Céus! Deu certo de novo. Bom. Tudo sobre controle. Eu deveria dormir, mas veio a vontade de ir ao banheiro... Então pensei: "Vou levar ela, vai que queira também". No fim das contas, não quis; mas me acompanhou em um cúbico e me fez imaginar que ser mãe solteira deve ser péssimo. 

Eu não sabia abrir a porta! Haha era camarão! Deixa eu explicar: Abre empurrando e não puxando; o gringo gesticulou pra eu empurrar. Vou aproveitar e falar uma percepção minha: Eu encontrei pessoas gentis. Eu não sei se foi por minha cara de "perdida"; se o que sensibilizou as pessoas foi eu estar com uma cachorrinha fofa; ou se as duas coisas. 

A cena de quem me via era: Eu estava me esforçando pra segurar uma bolsa na transversal (que não deu pra ser mochila); uma bolsa pra cachorra e ela na guia longa. Depois ela dentro da bolsa e eu cheia de coisas pra prestar atenção. Fora a mala gigante durante um tempo. 

Tive uma estratégia: Não bancar a desenrolada. Primeira pessoa no aeroporto cheguei e falei: "Perguntando como bem leiga mesmo, tá?..." E ele me deu todas as coordenas. Teve gente me parando pra falar com a cachorrinha, gente me dizendo "Ei, já pode ir lá!"; gente falando que era um grande amor e delicadeza levar a cachorrinha (um idoso) e me acenou no corredor; um  ajudando a apanhar meu celular que escorregou no avião porque a ela não parava; outro segurando a bolsa dela enquanto eu fui pegar um tapete pra ir ao banheiro junto com ela; outro pegando meu copo pra eu me locomover melhor; gente me ensinando a abrir a porta hahaha... É muito bom também ir com quem sou hoje! Pra discernir e curti cada perrengue e delicadeza do que há de bom. Eu já passei por tanta coisa complicada que essas tão sendo até divertidas. E o foco é: Quando eu entregar a cachorrinha aos pais; encerra a missão e começa o bônus da diversão! Vou poder ficar mais leve... Mas desde já; está sendo um presentão, Deus!

Não dormi. Tentei e falhei muito. A poltrona do avião é desconfortável (não sei inclinar) ainda mais com uma baby no colo escorregando e se mexendo. Mas pelo menos ela dormiu bem lindinha. Fecharam algumas janelas, mas do outro lado do avião, na minha frente em uma aberta. Fiquei mirando numa estrela acima num azul escuro e um laranja esfumaçado aparecendo. Olha só... É a aurora... Sabe lá de onde, porque ainda são 3h da madrugada pra mim. Fiquei acompanhando e repetindo a música que veio (depois da primeira playlist e dos trocentos podcast bizarros do inviabilize). "His glory appears". Eu amo essa música longa e magnífica. Eu disse antes: Vou ver o nascer do sol quando for. Disseram: "Só vai ver nuvens..." e eu: "Ué, mas tem as cores, os raios..." E cá estou... Olhando essa lindeza pela janela alheia.