quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Batendo a real sobre homens

Estava em um casamento e na mesma mesa que eu estava havia mais um casal e uma amiga minha e ficamos falando sobre algumas características nossas com e para nossos cônjuges (ainda que ausentes na festa).

Apenas um homem na mesa e entre sensibilidades, ser sincero e espontâneo ao falar, algo me chamou atenção: (Mais uma vez.) Homens interagem as nossas conversas intimistas. Mas com o olhar, com gestos e não, não necessariamente estão "voando". Entre uma coisa e outra falei sobre "eles" não falarem a respeito de seus sentimentos, medos e deslizes; como se tivessem que ser sempre "fortes", e vão acumulando tantas coisas que parecem explodir "do nada" e nem gostam de falar muito a respeito. Que resistência! E o pior, não fazem isso uns com os outros. Amigos. E como se eu estivesse fazendo uma pergunta retórica lancei algumas questões. Mas o único homem da mesa pegou cada uma e confirmou o combo em poucas palavras.

Amigos homens passam por muita coisa pesada e só abrem pra falar, um pouco, quando estão melhores... Nós mulheres falamos de um tudo! "Homens são mais fiéis em amizades, mulheres disputam." Lembrei. Não... Basta uma abertura e somos muito unidas!

Tenho um amigo que se é pra falar de coisa séria daqui a pouco vem com um meme ou, outra distração; outro se faz de doido; outro nem fala sobre essas coisas; tem um que fica sumido; tens um que só sei que estão mal porque a namorada contou; teve outro que me espantei no dia em que encontrei e ele falou que estava tomando antidepressivo. Como assim??? Chegou a tantos pontos e eu nem sabia! Já teve uma vez que eu suspeitei que um amigo do meu namorado não estava bem e fui questionar ele: "Como você está? O que está havendo? Vocês falam sobre isso?" Só recebi resposta vaga, afirmando que o outro também expressava assim.

Outra coisa, eles elegem a cônjuge pra falar. Apenas ela! E as vezes. Como dar certo isso? Ficamos entre acolher, tentar entender e ficarmos sobrecarregadas. Um caos! 

Devemos parar de subestimar os homens em relação as suas percepções e sensibilidades. Atribuímos tanto esse lado "emocional demais" a nós que muitas vezes os tratamos como se não houvesse lá muita coisa que os abalem. Exigimos sermos ouvidas e compreendidas, mas quase não damos espaço para falarem na verdade. Instiguemos-vos ao diálogo. Dando espaço e tempo no ouvir. Porque dentro de cada um há um mundo! Deveríamos lembrar disso. 

Aos homens... Oro e peço: falem! Do que realmente importa para além das coisas sérias demais provenientes apenas do trabalho; comentários do cotidiano e brincadeiras/estórias que nos causam risos. Vamos dar um "se ligue", neles? É cultural eu sei. Mas meu lado revolucionária me diz que aos poucos a gente vai mudando esses cenários.

O silêncio de fora não dar voz as confusões de dentro, mas elas falam... Sim elas falam! Elas existem e estão esperando alguns "jeitinhos" nossos para que os homens transbordem. Que eles abram os acessos. Nada disso é sinônimo de fraqueza, desonra... É humano!

Humanos se unam! Na palavra deságua as aflições, e o bom amigo nos conduz de volta a si. Somos muito falhos para percebermos apenas linguagens não verbais. (Ainda mais com essa tecnologia que nos conecta, mas por vezes, nos separam.) Então para os homens: "Falem mais sobre isso!"

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Ele se passa

Insiste em transpassar a barreira e se passa. Passa muito, passou ano. Construiu ponte, curiosidade, apelo e desejo. Insistiu em ficar e permaneceu ali.

Passou anos construindo permanência e para suprir suas faltas se lamentava, se arrastava, se engraçava, chorava; colaborava no serviço, contava piadas sem graça e acariciava; tudo isso deixava de lado o que realmente pensava sobre o que vivia onde ele não era o centro. Onde não eram o centro. Para além desse particular o que faz e é você?

Ao expressar uma posição mostrou a construção dos seus passos. Será que dar pra deixar passar agora essas linhas de pensamentos e comportamentos que objetivamente apareceram? Passou. Passaram e continuaram; e agora uma exposição aconteceu de algo que se ocultava, ele "se passava".

Vai deixá-lo ir? Vai deixar passar? Ou vão insistir agora permanecer novamente?

Ele "se passa", não paro de pensar... Se não fazer algo agora, fará depois? Deixar passar o tempo... Pra vê? Ou para desvê? E nisso o tempo em si é que vai passando; mas a essência vai percorrendo os dias. Vai levando até o que não é essencialmente bom ficar. 

Todo mundo precisa de um deus

Todo mundo precisa de Deus. E não aceitando a realidade da existência dEle. Cria um, cria alguns ou, algumas coisas. Mas todos sem exceção vem com algo latente em ter fé em algo que lhe transceda. É que a busca nos sustenta, nos acolhe, nos justifica, nos traz esperança, nos "combusteia", nos movimenta e firma. A fé cria chão para seguirmos adiante. A gente passeia com fés. 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Really

Observo que há um gosto e desejo de cada ser humano para que exista uma outra realidade para além dessa. Algumas pessoas escrevem, outras encenam, outras assistem, outras apenas imaginam, algumas pessoas se drogam, bebem, leem, alguns criam imagens, séries, livros, músicas; outras constroem brincando, desenhando, sonhando, seguindo em redes sociais, criando personagens de si, criam artes, jogos, contam histórias, se iludem, enganam outros; se apaixona... A gente não se basta. A realidade somente como é não satisfaz também o nosso todo. A gente se ultrapassa e "se passa" num bocado de coisa que nem existe por aí.