Estava em um casamento e na mesma mesa que eu estava havia mais um casal e uma amiga minha e ficamos falando sobre algumas características nossas com e para nossos cônjuges (ainda que ausentes na festa).
Apenas um homem na mesa e entre sensibilidades, ser sincero e espontâneo ao falar, algo me chamou atenção: (Mais uma vez.) Homens interagem as nossas conversas intimistas. Mas com o olhar, com gestos e não, não necessariamente estão "voando". Entre uma coisa e outra falei sobre "eles" não falarem a respeito de seus sentimentos, medos e deslizes; como se tivessem que ser sempre "fortes", e vão acumulando tantas coisas que parecem explodir "do nada" e nem gostam de falar muito a respeito. Que resistência! E o pior, não fazem isso uns com os outros. Amigos. E como se eu estivesse fazendo uma pergunta retórica lancei algumas questões. Mas o único homem da mesa pegou cada uma e confirmou o combo em poucas palavras.
Amigos homens passam por muita coisa pesada e só abrem pra falar, um pouco, quando estão melhores... Nós mulheres falamos de um tudo! "Homens são mais fiéis em amizades, mulheres disputam." Lembrei. Não... Basta uma abertura e somos muito unidas!
Tenho um amigo que se é pra falar de coisa séria daqui a pouco vem com um meme ou, outra distração; outro se faz de doido; outro nem fala sobre essas coisas; tem um que fica sumido; tens um que só sei que estão mal porque a namorada contou; teve outro que me espantei no dia em que encontrei e ele falou que estava tomando antidepressivo. Como assim??? Chegou a tantos pontos e eu nem sabia! Já teve uma vez que eu suspeitei que um amigo do meu namorado não estava bem e fui questionar ele: "Como você está? O que está havendo? Vocês falam sobre isso?" Só recebi resposta vaga, afirmando que o outro também expressava assim.
Outra coisa, eles elegem a cônjuge pra falar. Apenas ela! E as vezes. Como dar certo isso? Ficamos entre acolher, tentar entender e ficarmos sobrecarregadas. Um caos!
Devemos parar de subestimar os homens em relação as suas percepções e sensibilidades. Atribuímos tanto esse lado "emocional demais" a nós que muitas vezes os tratamos como se não houvesse lá muita coisa que os abalem. Exigimos sermos ouvidas e compreendidas, mas quase não damos espaço para falarem na verdade. Instiguemos-vos ao diálogo. Dando espaço e tempo no ouvir. Porque dentro de cada um há um mundo! Deveríamos lembrar disso.
Aos homens... Oro e peço: falem! Do que realmente importa para além das coisas sérias demais provenientes apenas do trabalho; comentários do cotidiano e brincadeiras/estórias que nos causam risos. Vamos dar um "se ligue", neles? É cultural eu sei. Mas meu lado revolucionária me diz que aos poucos a gente vai mudando esses cenários.
O silêncio de fora não dar voz as confusões de dentro, mas elas falam... Sim elas falam! Elas existem e estão esperando alguns "jeitinhos" nossos para que os homens transbordem. Que eles abram os acessos. Nada disso é sinônimo de fraqueza, desonra... É humano!
Humanos se unam! Na palavra deságua as aflições, e o bom amigo nos conduz de volta a si. Somos muito falhos para percebermos apenas linguagens não verbais. (Ainda mais com essa tecnologia que nos conecta, mas por vezes, nos separam.) Então para os homens: "Falem mais sobre isso!"