No apê 301 consegui entrar em um grande autoconhecimento. Quem eu de fato era ou queria ser quando não tinha absolutamente ninguém para julgar, orientar, controlar, pedir... Nada!? Morar sozinha foi ótimo! Descobri que gostava mais ainda de luz "amarelada", aromatizadores, cheiro de roupa limpa no varal, cuidar de plantas, tomar banho ouvindo música na penumbra, faxinar e me cuidar aos domingos e em seguida ir a igreja, ficar no silêncio, comprar besteiras, mas em sua maioria, coisas saudáveis para fazer/ comer (pasmem); aproveitar bem a solitude, ficar bem comigo mesma e sim, revisar várias coisas que aconteceram... Perdoar, lidar, seguir em frente. Comprar vinho e pizza também foi algo recorrente e muito bom! Receber vários grupos de pessoas para conversar, comer e jogar. Nunca tinha imaginado que um lugar tão pequeno pudesse atrair tantos e ser tão bom.
Teve vários bons encontros com família e amigos. Muitas comemorações em uma mesa dobrável, um sofá relocado, banquetas e banquinhos espelhados para caber todos muito bem; teve um vizinho que virou amigo; teve "home office" com produção de doces e de muitos projetos. E foi lá que de fato conheci meu noivo. Sim! Em casa. Ele precisava de um lar, e era eu, e foi lá. Aos poucos e até um tanto rápido (para nosso tempo de relacionamento), mas parece que desde o inicio não combinava ficarmos longe; não havia necessidade de fato a distancia; foi então que um dia eu disse para que ficasse determinado e claro: você mora aqui. Diante do tempo que ele passava, mas também, diante de como eu via que ele se sentia estando lá, esclareci que o lugar dele era ali. E isso também foi bom, muito bom.
Foi lá que eu tive a ousadia de ser mãe. Mãe de planta e mãe de pet. Mesmo várias pessoas dizendo: "Não tem como! Olha o espaço que você tem! É pequeno..." Ignorei isso porque eu organizo e faço caber, sim! Tenho um coração grande. (Risos) Adotar um cachorro foi uma das melhores coisas que fiz! Pela companhia, pela troca do amor incondicional (aprendi tanto), pelo cuidado mesmo cansada (treinando, né?), para ver como o meu mozi se comportava, para desenvolver tantas habilidades... Além de claro, me divertir.
Agradeço pelo abrigo em toda sua dimensão (física e emocional); pelas oportunidades de boas vivências que tive ali. Por tantos finais de tarde contemplados da janela do meu quarto (e fotos muito excelentes); pela porta escancarada para varanda e essa liberdade... Por Deus ter cuidado tanto e tantas vezes de mim ali; e por meio de lá também, ter mostrado o seu amor.
É isso... Vamos a mais um!
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