Os meus braços não alçaram o cuidado. Não. O caos chegou mesmo eu olhando e avisando ("Atenção ele pode chegar. Porque o que é grandioso não vem do nada. Vem de detalhes, dia após dia".) Só eu vi. Chegou; e quando chegou, eu inicialmente apenas suspeitei. Mas chegou e bem pior do que eu imaginava: Obscuro, rasteiro, duvidoso, nebuloso, subjetivo, confuso...
Mesmo eu sendo acostumada a também olhar para o escuro não dimensionei, não dimensiono! Porque ele não veio dos dois, não veio de mim. Veio da parte mais gostosa da minha vida. Da pessoa que eu ficava mais contente em ver; e eu não estou conseguindo ajudar.
Eu que ajudo tanta gente não consigo nos ajudar! Eu que tenho tanta paciência estou corroendo a esperar.; eu que sou tão cheia de luz como dizem, me apaguei; eu que mereço tanto (como muitos também falam), estou recebendo frieza e confusão. Eu que quero distância pra pensar, estou recebendo uma presença distante; eu que dependo da ação do outro pra tomar parâmetro e agir em adaptação pra equilíbrio, eu não estou conseguindo ler!
Eu que durmo e encontro paz, não estou conseguindo dormir; eu que tenho Deus dentro de mim, não estou conseguindo ficar bem por muito tempo; eu que tenho certezas, estou recebendo o caos pra ter dúvidas; eu que sou firme, estou quase caindo, sem conseguir prever o soco, só recebo. Eu que quero ser forte, chorei no meu ambiente de trabalho; eu que quero ser mulher, me tornei mãe, amiga, irmã e não sei mais quantos papéis eu fiz por situações que me chegaram... Hoje não sei como ser, o que ser. "Você mesma?" Mas meu senso de justiça precisa ouvir o outro! O outro! O outro não fala pra eu saber como agir. O outro não situa!
Dois perdidos; e eu aqui procurando achar... Ele não está bem. E isso tudo é só uma consequência, porque estou com ele. Mas como eu ajudo? Já não sei. Parece que estou no mar do caos e a pessoa na praia.
Temendo que eu me afogue, ao invés de ajudar, empurrou a minha cabeça pra de baixo d' água. Sem culpa. Foi só o desespero dele e a falta de experiência. Porém eu estou morrendo nisso! Se salvar? Sozinha? E se eu disser que eu não tenho medo do profundo? Que eu não tenho medo de morrer? Que eu sei que lá eu posso ter outra realidade e viver, mas o que eu não estou querendo é ir? Eu não quero é ir! Eu não quero é morrer pra ele e nem que ele morra.
Nem salvo ele nem a mim. Essa é a história. E quem nos salva ainda não vi. Só vejo as coisas fora de nitidez e eu sem ter onde me segurar. Distante cada vez mais... Quando eu chegar na areia, uma hora eu subirei, mas cadê o outro? A minha preocupação não é comigo, porque eu estou acostumada a respirar o ar de fora e de dentro. É com o outro. Que eu nem sei onde está. Nem se eu vou mais encontrar. Nem ao certo porque a gente chegou exatamente onde chegou. Eu não estou sabendo nada dele. Cadê ele?
Tento me comunicar e não ouço nada nítido. Só murmúrio estranho e vejo sombras... Não consigo nem identificar quem fala. Eu bati a cabeça será? E vem uns lapsos de lembranças dele. Eu já não sei se estou lembrand
o, sonhando ou delirando, por isso fico com meu medo de apagar de vez, pois, quando eu acordar, qual vai ser a realidade?
o, sonhando ou delirando, por isso fico com meu medo de apagar de vez, pois, quando eu acordar, qual vai ser a realidade?
Parece que nada do que eu faça ou venha na cabeça está adiantando mesmo. Eu estou sendo levada... E meu receio é: lá vai eu de novo... Dessa vez eu vou acordar com quem e aonde?
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