terça-feira, 4 de abril de 2017

Amor, humor e paciência


Quando a gente entra em um relacionamento o que queremos? 

Queremos alguém que enxergue quem realmente somos em firmezas e fraquezas, em intelecto ou ingenuidade, em carinho ou chatices e que ainda assim, nos achem incrivelmente interessantes (por dentro e por fora) para se estar, para se compartilhar, para nos escutar, enxergar, viajar por um mundo paralelo porque simplesmente, não só consegue acompanhar, mas que deseja ir junto também! Para além disso que fala de uma aceitação, respeito, reconhecimento do outro e alimento para o ego; desejamos dar aquilo que queremos sem medidas e recebermos do mesmo modo; ter e ser porto seguro de alguém. 
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Sim, tem as outras tantas coisas mais objetivas como, suprir as necessidades do nossos queridos hormônios, da nossa convivência social (interagir bem com a família e amigos), construir uma vida com padrões mais confortáveis e ter uma pessoa que estará ao seu lado para ajudar e estimular a isso. 

Mas o segredo para manter isso? Continuar com isso...? Não é tão somente gostar do outro. Tem que ter mais ingredientes fundamentais, tem que ter humor, sorrir da situação mudando o olhar em relação a essa e mostrar esse olhar ao outro, desarmar; se divertir com ou sem motivos aparentes, porque rir ainda é um maravilhoso remédio. E para dias ainda mais difíceis, ou para as picuinhas malditas dos nossos achismos, do nosso egoísmo, do nosso estresse, das palavras ditas num impulso, do não dito, do não feito e dos maus feitos, paciência.

Paciência pra ver o outro se comportando de forma infantil, com birra e/ou implicância e não deixar ele envergonhado ou irado ainda mais ou, julgá-lo definitivamente por tais exageros naquele dado momento; paciência para não sermos ridículos entrando nessas vias do mesmo modo; paciência para lidar com o que é contrário ao nosso desejo e tranquilidade; paciência para quando o outro tiver com visão distorcida por inúmeros motivos; para os mal ouvidos, os mal entendidos e para os dias que parecemos não falarmos a mesma linguagem; paciência para ver o outro passando por algum momento difícil por terceiros e você não aconselhá-lo ou ir brigar com os outros por raiva querendo defendê-lo; paciência para orientar, para falar pouco ou calar; para saber cortar os excessos e para reconhecer que tem dias que somos exatamente tudo isso que criticamos e que é a vez do outro nos dar a tal. Paciência para esperar crescer no tempo que é de cada um; paciência para não deixar morrer o que vive dentro de si e o que sentem na união de um com o outro; para não dar nó no nós; para se fazer laço firme e singelo numa fita só.

Mas em nome de que vale essa paciência toda? Amor. Respeito ao ser e em nome da escolha que fizemos um dia, ou a cada dia, em querermos e julgarmos aquele a qual fazemos par, o mais adequado para conviver em um mundo de beleza e confusões. Onde não há perfeição e concordância todos os dias e jamais, em verdade, haverá com qualquer um outro. (Lembrar disso)

Relacionamento a dois tem como objetivo (pelo menos deveria) amar e equilibrar. Opostos anulam a equação, equilibram. Se complementam. Um é mais expressivo nos carinhos, um fala mais e outro menos, se um é ou está sendo impulsivo o outro pondera e vice-versa; uns tem mais tendência a algumas coisas do que outros. Mas vale lembrar, o calmo também se irrita e explode, nesse momento o explosivo vai ter que explodir de paciência nessa hora. E nessa circunstância é que entra o "Jesus na causa" e faz milagres em nossos corações.

Equilibrar ou pelo menos se empenhar. Sejamos convictos que em um relacionamento se dar, se aprende e se ensina, dentre tantas coisas mais. Se não houver os três ingredientes fundamentais (amor, humor e paciência), não há um motivo real para ficar onde se está. A via é dupla, não contrária ou mesmo solitária. Não somos inimigos buscando a verdadeira razão, somos companheiros, esqueceram? Somos um inteiro formado por duas partes, não de metades, mas de particularidades diferentes, somos fusão e escolha. Devemos se fazer entender... O que queremos quando começamos um relacionamento tem que ser reafirmado, dito, escutado e ampliado. "O que queres hoje? O que falta? O que basta? O que podemos fazer com o que queremos? O que podemos fazer para ainda sermos nossos melhores amigos, cúmplices e companheiros? Para somarmos em nós mesmos, sermos um?" Ser franco ao responder, pois não há adivinhações apenas suposições, precisamos de orientação. 

Mas o amor é louco também, devo dizer, é que tem dias que amamos somente a nós mesmo. E se amamos tanto assim a nós mesmo por qual motivo não aproveitarmos isso e sermos o melhor que podemos ser? Ganha-se por consequência, o outro, porque gostamos do seguro, de admirar com quem se está para amar melhor e ser grato. E para aqueles dias que precisamos da nossa solitude, aceitar que precisamos, avisar ao outro sem ressentimentos, porque o primeiro amor deve ser o próprio, sem arrogância e exclusões, é simplesmente por cuidado mesmo, cuidarmos de nós mesmos. 

No fim das contas, apesar dos princípios e objetivos ditos, queremos um só: Atenção para nos reafirmarmos e nos refazermos com a certeza que tem alguém ali para nos amar e podermos fazer o mesmo apesar de.

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