[O início do conto está aqui.]
Café, como seu próprio nome, era enérgico!... Aquecedor dos corações de quem o via, era afeto servido em graça. Mariana acordava com ele sendo despertador, quando chegava da escola ele a recebia, tinha que sair com ele para passear fim de tarde; brincava com ele, contava seus pesares, as pessoas na vizinhança o conheciam, era bagunceiro e ao mesmo tempo metódico com alguns coisas.
Café, como seu próprio nome, era enérgico!... Aquecedor dos corações de quem o via, era afeto servido em graça. Mariana acordava com ele sendo despertador, quando chegava da escola ele a recebia, tinha que sair com ele para passear fim de tarde; brincava com ele, contava seus pesares, as pessoas na vizinhança o conheciam, era bagunceiro e ao mesmo tempo metódico com alguns coisas.
Acordava sempre no mesmo horário, chamava Mariana para escola, comia sua ração molhada no leite de manhã desde o dia que ela percebeu que ele gostava dos cereais dela também mergulhados numa tigela; gostava de brincar e tomar banho quando os regadores de plantas que eram automaticamente ligados às 11hs, se secava ao sol e até cochilava em cima de um pedaço de madeira que encontrara e levou pra lá (nada de grama grudada nos pelos); assistia novela com a mãe da Mari e sempre muito sensível, se aproximava de quem estava mais triste como se fosse dar um apoio; tinha um mal habito de furtar pães; gostava de picolé de maracujá; balançava a cabeça ritmado quando ouvia reggae, latia sem paciência quando colocavam pagode; ficava super feliz quando chegava algo pelos correios, quando levavam ele para tomar banho de mar e quando iam visitar Dona Laura. Parecia sempre sorridente; mas não aceitava algumas coisas como: colocar gravatas nele; palhaços e também uma colega de Mariana que morava próximo a casa dela. Depois ela entendeu que ele estava avisando que a garota não tinha uma boa índole.
Mariana amava Café, o Café amava Mariana. Ele era um "tudão". Amigo, filho, irmão, confidente, cúmplice, despertador, admirador dela, livre, bagunceiro em vários aspectos, ladrão de pães; seletor de pessoas boas e era a sua companhia. Até que, Mariana resolveu conhecer melhor um rapaz, o Sam. Foi então que, começou a falhar com as saídas fim de tarde com Café e ele começou a ficar estressado e triste.
Certo dia chegou ela, com um rapaz de cor branca amarelado, com olhos puxados e um cabelo preto estirado curto, mal penteado; uma camisa maior que ele, uma bermuda cheia de bolsos; e havia algo bem cheiroso naqueles bolsos. Eram biscoitos! Que logo atraíram o Café. Ah... Esse rapaz, o tal de Sam que ela inventava de chamar também de amor, gostou de Café e Café gostou dele, resolveram ser amigos em nome da Mariana que eles amavam, apesar dela agora dividir a atenção entre eles dois juntos. Café sentia uma falta e essa falta acabou quando Sam trouxe alguém, a Milka.
Linda... Branca com uma neve, aliás, como leite! Que linda... Ela tinha pelos mais longos, um andar charmoso e leve, desfilava; porte médio, parecia estar sempre zen; cheirosa, com um laço em xadrez vermelho com verde na franja (já era Natal? Ela veio como um presente para vida do Café). Ele ficou tão feliz como nadar na praia, comer pão, picolé de maracujá e tudo mais. Parecia um bobo apresentando suas facetas e seus gostos a Milka e ela mesmo tímida, se mostrava bem contente.
Mariana e Sam os observavam e sorriam, olhando aquele romance... Eram um belo quarteto. Quiseram juntar tudo e multiplicar: Família. Resolveram então que seriam Mariana, Sam, Café, Milka, um bebê e alguns filhotes... Então chegou: Samuel; Marrí, Capuccino, Pipa, Camí, Laurinho e Ninho... Eis que a felicidade ficou, com seu combo, mais completa.