04 do Tinder
Um fim de semana na cidade capital que eu resido, apenas isso ele iria ficar. Não deu para sair ontem porque cheguei tarde depois do cinema e estava muito cansada, então hoje. Mas hoje pra almoçar eu não esperava! Ele quis me ver logo. Ok, daria certo depois do trabalho que seria até as 13hs e chegou cliente logo em seguida. Atrasei... No atraso, pensei, "não estou apresentável", não esperava me encontrar com ele agora a tarde, preciso estar... Plena!
Resolvi dar um desculpa que eram os clientes demorando, fui ao shopping comprei uma blusinha maravi, uma sapatilha nova, renovei a maquiagem e o perfume, fui de uber pra não chegar suada. Agora sim, plena.
Ele me esperava em outro shopping perto da pousada que estava, fui ao encontro dele (que charme... Que lindo), rimos e conversamos pouco e já fomos andando para um restaurante, porque o foco agora era: comer! Hora de almoçar, nos conhecermos, falarmos de comidas que tem aqui e lá na Alemanha (onde ele mora atualmente); provar a tal da macaxeira que concluiu que pra ele tem gosto que lembra pão de queijo; e explicar ao turista algumas coisas... Tipo, que uma palavra aqui no Brasil tem inúmeros usos e significados. Ex: Cacete. Pra quê esse exemplo? Não sei de onde... Mas foi esse.
Diálogo resumido.
- Cacete: Pedaço de madeira.
- Pra jogar pra cachorro pegar?
- Maior. Mas as pessoas usam como uma expressão também. Para xingar e no sentido pejorativo [Esqueci de briga também].
- O que é xingar? Sentido o que?
- Xingar é... Shit! O outro sentido é sexual pra falar do órgão.
- O que é órgão?
- Ai Jesus... Vamos ao Google; Imagens... Órgãos é tudo isso, cada um é um órgão (dizia eu apontando para uma imagem do corpo humano), e isso aqui é um cacete como chamam vulgarmente. Eita, como chamam sem ser o nome na ciência. Vou tentar falar mais fácil.
- Eu... Não saber porque, cachorro, cacete, pessoas... Você não sabendo dizer. O que tem a ver? Por que cacete, órgão?
- Quando estão querendo se referir a um órgão quando ele tah legal. Madeira. Cacete. Olha... Não fale essa palavra!
- Ah! Entendi...!
- Pois é... E o que tem a ver tudo isso...? Que aqui uma palavra pode servir pra muita coisa, só.
...
Depois fomos a saga de um adaptador, que ele custou para aprender o nome. Nada. Sentamos em um banquinho, conversamos, nos beijamos [não houve beijos ruins nessas histórias, pelo contrário, maravis]; chamou para ir a pousada, fiquei com resistência, mas fui... E... Foi. Foi ótimo. A não ser pela enxaqueca tremenda que ele estava o dia inteiro e piorou. Usamos um vaporizador de uva, que fiquei na dúvida se tinha maconha, pegamos um ônibus e fomos para outro shopping, tomamos sorvete, rodamos atrás desse adaptador, conhecemos uma menina engraçada que vendia açaí no shopping (agora tenho ela no insta) que perguntou se eu sentiria saudades dele, a quanto tempo conhecia e nós: 3 dias no máximo, pessoalmente hoje e não sentiremos kkkkk, resumindo; ele conheceu vários sabores, achou péssimo pagode; ótimo de memoria e foi isso. Hora de ir para casa.
Fomos para pousada pra de lá eu ir para casa; meu uber se perdeu; e tivemos que chamar outro, enquanto isso conversamos. Descobri que ele era muçulmano e quase saio correndo; que beijou aos 21 anos (27 atualmente), que nunca namorou, porque namorar é pra casar e se apaixonou duas vezes, demorou pra pedir e depois não deu certo. Deve-se olhar tudo antes, disse. Falou um pouco dos critérios: como come, como com família, como trabalho, etc. Meu outro uber chegou, nos despedimos, falamos antes de dormir. No outro dia de manhã antes do voou, alguns dias depois sobre um sanduíche turco que comi e só.
The end.
Morais da história:
Já saia de casa, produzida como se fosse plena (ter uns cosméticos na bolsa ajuda muito e dinheiro também).
No Brasil tem que vender um tal adaptador.
Eu sou doida por sair sem conhecer alguém direito assim, ele poderia ter uma bomba!
Namorar é pra casar; analisar bem antes de namorar.